Estava em um local que ficava mar a dentro. Havia duas barras de ferro que vinham da orla até um ponto do mar que ficava distante desta. Não conseguia ver a orla. Estas duas barras de ferro estavam separadas uma da outra em mais ou menos um metro. Era ligadas uma na outra por barra de ferros também. Tipo cais do porto, sem aquelas tábuas que fazem o piso. Na ponta, que era perto de onde eu estava, havia uma barra de ferro unindo as duas barras que vinham da orla.
Um metro mais ou menos, havia outra barra e um metro depois havia outra. O final destas duas barra eram em curva para baixo, de aproximadamente um metro descendo. Em cima destas barras de ferro havia uma tábua que deveria ter uns trinta centímetros de largura e tinha em toda extensão das duas barras que vinha da orla. Estas barras tinham uma altura de mais ou menos trinta metros.
O Fernando, que deveria estar com uns dez anos, estava em cima desta tábua e próximo a ponta da barra que ficava no mar. Ele se segurava como podia, com medo de cair. Eu estava ali também, só que pendurado na barra que unia as duas, tentava ir para a tábua e não conseguia. Gritava para a Iara vir de barco me salvar, mas ela não ouvia. Acreditando não dar conta de segurar mais, dizia pra mim mesmo que iria soltar as mãos e cair para meu fim.
Mas ainda insistia em gritar pela Iara que não vinha. Não conseguindo mais ficar pendurado ali, pensei novamente em soltar as mãos e dar um fim a tudo, pois não estava conseguindo. Numa última tentativa, dei um impulso e saltei para me segurar na última barra que havia naquela ponta em curva. Depois balancei o corpo e consegui ir para a tábua onde estava o Fernando. Disse a ele para irmos devagarzinho e com muito cuidado, arrastando por aquela tábua, até chegarmos a orla.
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