Estava na Rua Rio de Janeiro juntamente com o meu pai, duas pessoas que estavam com meu pai e o Cândido. A gente estava na esquina com a Avenida Antônio Olímpio de Morais e ali tinha um viaduto. Meu pai e as duas pessoas que estavam com ele, estavam em cima deste viaduto debruçados sobre a mureta do mesmo. O Cândido estava um pouco abaixo da Avenida Antônio Olímpio de Morais e eu estava do outro lado de onde meu pai estava.
Nisto o Cândido gritou que estava vindo uma enchente e saiu correndo pela Rua Rio de Janeiro morro acima, em Direção a Avenida Sete de Setembro. Ao vê-lo correndo e gritando sai correndo também. Meu pai e os dois amigos dele também saíram correndo. As águas da enchente nos alcançaram no meio do quarteirão antes que a gente chegasse na Avenida Vinte e Hum de Abril, que passa entre a Sete de Setembro e a Antônio Olímpio de Morais.
Nós cinco não paramos de jeito nenhum, correndo o mais que a gente podia e por já estar com as águas na altura do tornozelo tinha mais dificuldade de correr, mas mesmo assim chegamos na Avenida Sete de Setembro, que eh o ponto mais alto dali, porque depois dela o morro desce e caso as águas chegassem ali elas desceriam a rua do outro lado.
Mas as águas vieram somente até a uns dois metros de chegar na Avenida Sete de Setembro. Desta avenida a gente olhava pra baixo e via um mundão de água. Estava tudo submerso. Nisto olhei para a rua e bem no meio da rua tinha um trailer com uma lanchonete. Estava bem no meio da rua mesmo, do encontro da Avenida Sete de Setembro com a Rua Rio de Janeiro. Meu pai chamou eu e o Cândido para a gente ir lanchar naquele trailer.
No trailer perguntei ao dono porque ele estava estacionado bem no meio da rua. Ele disse que estava aproveitando o corre corre da enchente para ganhar algum dinheiro, porque sempre em enchentes as pessoas ficam com fome. Pensei um pouco e percebi que eu estava mesmo com fome. Nisto o meu pai, os amigos dele e o Cândido já estavam lanchando enquanto eu falava com o dono da lanchonete. Então fui lanchar também.
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