sexta-feira, 12 de abril de 2019

A ESCADA





Estava vindo com o Cândido dentro de uma grande saguão que parecia ser uma estação de trem. Estava no segundo piso e ao chegar no beiral dele, vi várias pessoas lá em baixo que falavam comigo, mas todas ao mesmo tempo. Não estava conseguindo entender o que diziam até que pararam de falar e uma mulher apenas falou.

Ela dizia que eu era uma pessoa que não incomodava ninguém no prédio onde morava e nunca reclamava de nada. Eu carregava em minhas mãos um valise e uma folha grande enrolada, igual aquelas onde são desenhados plantas de construção civil. Eu estava com dificuldades de carregar aquelas folhas devido elas terem mais de um metro de comprimento, e assim enroladas, ficavam caindo ou para frente ou para trás.
Então parei e olhando para aquelas pessoas que dizia ser eu uma pessoa legal, fui fazer um pequeno discurso de agradecimento. Mas não hora em que comecei a falar, aquelas pessoas começaram a falar todas de uma vez, me ignorando completamente. Nem se quer olhavam para mim. Então disse ao Cândido que a gente já podia ir embora.

Sai daquele lugar que seria um estação e logo em seguida tinha uma travessia de trem e depois dela tinha o prédio onde eu morava. Quando fomos atravessar as linhas do trem, uma locomotiva Diesel buzinou porque estava aproximando daquela travesseia. O Cândido correu, atravessou a linha antes que o trem passassem. E preferi esperar.
Quando o trem se aproximou da travessia, o maquinista parou o trem, desceu dele e veio na minha direção e ao passar por mim disse que ia virar a chave para o trem mudar de linha. Então, carregando a valise e a folha com as plantas de uma construção com dificuldades, atravessei a linha e fui para o prédio onde morava. O cândido ficou me esperando e fomos juntos.


Nisto vi que uma mulher vinha com seu filho que deveria ter uns dez anos, começou a gritar para que eu a esperasse. Disse ao Cândido que não queria encontrar com aquela mulher e então entramos rapidamente no prédio onde moro. Eu moro no quinto andar, mas o prédio não tem elevador e eu tenho que subir de escada. Falei com o Cândido para subirmos rapidamente poque a mulher vinha atrás.
Começamos a subir as escadas e são dez vãos para subir. Depois que subimos dois vãos, e o Cândido ia na minha frente, ele parou no terceiro vão. Ele virou para mim e disse que a escadaria a partir dali estava descendo e não subindo. Olhei e disse e ele que era assim mesmo, que aquele terceiro vão era descendo, mas a gente subia. Ele não entendeu então eu disse que a gente descia, mas no final tinha era subido.


Disse a ele que sempre foi assim e só no terceiro vão. Então seguimos rapidamente antes que aquela mulher me alcançasse. 






DA JANELA DO TREM VOCÊ PODE CONHECER O MUNDO


CORTEZ - A MÁQUINA

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