Estava em um local que parecia ser um retiro. Era afastado da cidade.
Tinha uma parte cimentada que deveria ter uns cinco metros por três. Havia uma parede e algumas cadeiras encostadas nesta parede. Só havia esta parede. Os outros três lados eram abertos. Havia mata em volta deste local. Havia uma cama do lado oposto da parede e mais algumas cadeiras espalhadas por ali.
Eu estava de pé encostado nesta parede. Nas cadeiras que tinham ali estavam sentadas pessoas bem velhinhas. Na cama estava deitado meu pai e nos pés da cama tinha um homem sentado. Um velhinho que estava ao meu lado ficava soprando os dedos da mão direita. As pontas dos dedos dele saia uma fumacinha, tipo aquelas quando a gente estava sentindo muito freio. Este velhinho pedia água para uma pessoa que cuidava deles.
Mas esta pessoa não podia trazer nada, porque queles velhinhos estavam ali esperando o final de vida. Nada mais podia ser feito por eles. Eu estava encostado neste parede e fiquei pensando que era melhor quando eu ficava resgatando os velhinhos naquela mata, pois assim eu não via aquela cena.
Nisto vi que abaixo do meu tornozelo esquerdo tinha saído num caroço e estava crescendo. Ele era da grossura de uma moeda de um real e já estava com uns cinco centímetros de comprimento. Este caroço ficava pingando sangue muito rápido. Então fui até meu pai que estava deitado na cama e mostrei pra ele. Meu pai falou pra eu procurar um médico. Eu disse a ele que não estava doente e não sentia nada. Só aquele caroço. Nisto vi que aquele caroço já estava com uns dez centímetros de comprimento.
Então deitei ao lado do meu pai, deixando o pé esquerdo pra fora dos pés da cama e ao lado daquele homem sentado ali, assim o sangue escorria pelo chão.
DA JANELA DO TREM VOCÊ CONHECE O MUNDO
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