Estava em minha casa. Era de madrugada. Minha casa era na verdade o terraço de um prédio de uns 10 andares. Não tinha cobertura, ficava ao relento mesmo. Como o prédio tinha um formato em “L”, meu quarto ficava num dos cantos deste “L”. Estava dormindo e todo coberto, no piso da laje, já que não tinha cama, quando ouvi um barulho de marteladas. Olhei e era um morador de um prédio mais alto que onde eu morava que estava pendurado do lado de fora do apartamento, com uma marreta e talhadeira, tentando cortar o que seria as pontas de uma ferragem da construção.
Gritei com ele, dizendo que eram 3 e meia da madrugada. Que ele não podia fazer aquele barulho todo. Ele então atirou a marreta em minha direção, vindo a cair perto de mim. Mas ele saiu de onde estava e entrou pela janela de seu apartamento, dizendo que a casa era dele e ele fazia o que quisesse e à hora em que quisesse. Nisto ouvi um barulho nesta laje onde eu dormia. Fui ver e vi a Nathalia sentada em uma cadeira, assistindo uma TV de 20 polegadas, destas bem antigas, que estava em cima da mesa do computador. Perguntei a ela sobre os moveis da sala e a TV de LCD. Ela disse que o Fernando tinha levado tudo. Nisto vi o Fernando e a Polyana dormindo ali no piso da laje, já que não tinha cama.
Tentei acordar o Fernando para saber o que ele tinha feito com os móveis, mas ele não acordava de jeito nenhum. Nisto vi o visinho do prédio em frente, subindo pela janela do apartamento dele, com arco e serra na mão, para serrar as tais pontas de ferragens. Ele foi dizendo que iria cortar as ferragens e que não estava nem ai para que estive reclamando do barulho. Voltei para onde era meu quarto e vi dois meninos do lado de fora, observando, fiquei pensando como eles poderiam estar ali, se não tinha beiral algum para eles ficarem em cima.
Imaginei que eles só podiam estar flutuando. Fui até eles e pedi que fosse embora, mas eles não saiam dali. Então voltei para o que seria meu quarto e fui dormir, olhando o tal visinho serrando as ferragens do lado de fora de seu prédio.
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