domingo, 17 de novembro de 2019

AS CAIXAS DE PAPELÃO





Estava saindo do apartamento onde eu morava. Era no quinto andar e não tinha elevador. Estava com algumas caixas de papelão na mão, para deixar lá em baixo para os catadores de recicláveis.

Quando comecei a descer as escadas, ouvi a moradora do andar de baixo do meu, pedindo aos seus filhos, que deveriam ter uns doze e quinze anos aproximadamente, para vir falar comigo. Pensei que ela tinha mandado eles vir cobrar o aluguel, visto que o apartamento que eu morava era dela. Então fui subindo sorrateiramente as escadas, para voltar ao apartamento.

Nisto o filho perguntou falar o que. A mãe, que parecia estar dentro do apartamento dela, gritava para os filhos que estava no rol do lado de fora. Eu então pude ouvir ela dizer que era para eu apagar tudo. Tudo dela nas redes sociais e em qualquer outro lugar na internet. Vendo que não era cobrança, fechei a porta do apartamento novamente e fui saindo.



Nisto os filhos dela chegaram e falaram o que a mãe tinha dito e eu já tinha ouvido. Então disse a eles que estava saindo e quando voltasse apagaria tudo sobre ela que estivesse na internet. E fui descendo as escadas com aquelas caixas de papelão.
Lá em baixo do prédio, a saída era um corredor que tinha uns três metros de largura e uns dez metros de comprimento. Tinha um banco tipo banco de praça, que deveria ter uns cinco metros de comprimento, colocado na lateral direita de que esta saindo, daquele corredor. Era para os moradores, ou qualquer outra pessoa sentar, visto que na saída deste corredor para fora do prédio, não tinha porta. Era toda aberto.



Passei por aquele corredor e vi que ali tinha algumas pessoas sentadas. Tinha uma mulher com uma criança. Era uma menina que deveria ter uns dez anos. Quando passava por esta mulher com a criança, esta criança dizia que o certo era dizer Paulo Cortez Filho, porque ele era filho e não somente Paulo Cortez. Dizia esta criança que a avó dela dizia Paulo Cortez Neto, porque era avó. E a Bisavó dizia Paulo Cortez Bisneto.



Saí la fora para colocar as caixas de papelão para os catadores de recicláveis, mas gostei de uma caixa e resolvi voltar com ela para casa. Era uma caixa igual aquelas que usam para transportar Leite Moça. Só que eu não queria subir as escadas novamente. Queria deixar ela naquele corredor e pegar quando voltasse. Pensei em pedir aquela mulher que estava com a criança para vigiar pra mim até eu voltar.



Nisto um homem sentou ao lado dela. Então desisti de deixar ali. Fiquei segurando a caixa na mão, pensando onde podia deixar até que eu voltasse. 


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