Estava no meu quarto, deitado para dormir, quando ouvi o apito da locomotiva. Levantei, cheguei à porta do meu quarto e vi que a locomotiva vinha longe. Então abri a porta do meu quarto e abri também a porta do meu quarto, que dava para o que seria uma varanda. Mas não era uma varanda, e sim, outra saída. Abri as duas portas, para que a locomotiva pudesse passar. Fiquei imaginando que se eu não abrisse, ela bateria na porta, que já tinha sido feito para isto mesmo, mas poderia estragar. Sai do quarto, dizendo para meu pai que a locomotiva estava vindo. Fiz isto porque, os trilhos da locomotiva, passavam dentro de nossa casa.
Os trilhos entravam pela sala, passando pela copa e entrando no meu quarto, saindo por aquela porta que seria da varanda. Então meu pai disse que a locomotiva não passava mais dentro de casa. Fui até La fora conferir, vi que os trilhos que vinha até nossa casa, tinha sido cobertos pelo asfalto. Entrei em casa e vi que na sala, copa e meu quarto, eles ainda estavam lá. Perguntei meu pai, se a locomotiva não passava mais ali, porque ele não tinha tirado os trilhos de nossa casa. Ele então disse que era para lembrar os bons tempos em que a locomotiva passava ali dentro.
Então fiquei lembrando de quando ela apitava para a gente sair da frente e abrir as portas, para ela passar. Lembrei que muitas vezes, eu estava dormindo e ela passava pelo meu quarto. Então disse ao meu pai que aqueles tempos bons, bem que poderiam voltar.
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